1.Análise características do jornalismo online
Falar de jornalismo on-line implica, obviamente, falar da Internet e das transformações que a tecnologia provocou e provoca no jornalismo. Os avanços tecnológicos fizeram com que a velocidade com que a informação chegue até nós seja hoje em dia assustadora. Para o jornalismo, foi um grande salto, pois as notícias podem ser publicadas em tempo real, alteradas a qualquer momento e disponibilizadas todo o tempo.
Vários são os aspectos que caracterizam a edição de um jornal on-line. Ao observá-los, verificamos a sua proximidade com a edição impressa, no entanto cada vez mais, os conteúdos do online, estão-se a afastar daqueles que são disponibilizados no papel, com publicações exclusivas para a edição da net. As inovações tecnológicas e as possibilidades de interactividade entre jornal e leitor, hipertextualidade e multimédia, estão cada vez mais a fazer a diferença entre os dois suportes.
Já se sabe que o Jornalismo on-line ganha cada vez mais espaço ao jornalismo convencional, por um conjunto de vantagens que proporciona ao utilizador. O facto de ser mais atraente, usando recursos gráficos, áudios, e vídeos assim como o facto de oferecer elementos interactivos tem alterado o peso da balança a favor da web. Como tal, todos aqueles que procuram fazer jornalismo on-line, devem então fazer uso de todos estes recursos citados, caso contrário, não haveria diferenças entre ambos.
O grande desafio do jornalismo on-line é a procura de uma linguagem que agrade ao utilizador. Uma notícia mais adaptada às exigências de um público que procura o mesmo rigor que encontra nos jornais impressos, com grande qualidade e objectividade e que têm a seu favor a possibilidade e interagir com o jornalista e jornal, de criticar ou elogiar aquilo que lê.
O jornalismo on-line caminha muito mais rápido do que o jornalismo convencional, portanto, os seus profissionais devem estar preparados para tratar da informação em virtude disso mesmo. Devem estar preparados quanto ao uso do computador, e devem ser cuidadosos e confirmar as fontes das notícias para não se enganarem. Quando se fala em jornalismo on-line, pensamos nas notícias a chegar quase em tempo real, e como tal pode haver uma tendência para o jornalista se precipitar, enquanto nos jornais convencionais, temos que nos sujeitar à sua periodicidade, onde hoje, lemos as notícias de ontem.
A informação na internet, permite ao usuário traçar o seu próprio caminho pela rede, ao contrário dos meios tradicionais que dispõem de poucas possibilidades e deixam o receptor praticamente passivo, na recepção das notícias.
O considerável aumento do número de usuários na internet fez com que os jornais on-line deixassem de ser apenas a transposição do impresso para o digital. E aqui começaram a fazer-se sentir as diferenças. Para cativar os utilizadores que procuram aprofundar cada vez mais a informação e perseguem o rigor das noticias, os jornais on-line começaram a preencher o espaço disponível alguns serviços, nomeadamente em aplicações de contacto directo entre emissor e receptor. O que não acontece nos jornais em papel, a informação que está, é a que está e nada mais, e o leitor sujeitasse a ela e à sua qualidade. As “elasticidades” do Ciberespaço, garantem condições para que haja mais notícias, sobre mais temas, nos meios on-line, remetendo para o leitor a tarefa de selecção, enquanto que nos jornais impressos, o leitor lê o que lhe é apresentado, sem hipótese de aprofundar o tema, nem opinar sobre a qualidade apresentada.
Neste contexto, os jornais impressos vêm perdendo leitores e anunciantes que, a cada dia que passa, vão adoptando a internet como principal meio de comunicação. Os leitores apreciam o facto de ser gratuito a agilidade e a possibilidade de dar opinião dos sites noticiosos, que permanecem acessíveis a todo o momento e sempre actualizados.
O impacto do jornalismo online sobre o jornalismo tradicional tem sido enorme em virtude de um conjunto de características que fazem dele, muito mais interessante para o leitor. Começando pelo hipertexto, ou seja, a possibilidade de se estabelecerem sucessivamente ligações entre textos e outros registos como áudio, vídeo ou imagem, tornando a navegação pela informação não linear. A Globalidade da internet, que possibilita, que algo que aconteceu numa localidade do mundo, possa chegar em segundos ao outro lado do planeta. A instantaneidade, ou seja, a possibilidade de as notícias serem transmitidas no momento em que são finalizadas ou até mesmo em directo. A possibilidade de aprofundamento da notícia pela navegação, ou seja, o facto de o utilizador poder aprofundar a informação navegando pela Internet de site em site e de página em página, usando hiperligações. E por fim a Interactividade ou seja, a possibilidade de o receptor participar e interagir com o jornal; deste modo, e utilizado correctamente assistir-se-ia a um nivelamento do jornalista com o leitor. Esta interactividade, particularmente a questão dos comentários e feedback às notícias é o ponto principal do trabalho que desenvolvi.
“Um jornal virtual é a expressão máxima da realidade. Paradoxal, mas verdadeiro. Não se encerra, está sempre em movimento, é a cores, tem imagens, é global e instantâneo. É a vida real. Não tem horas fixas, matérias pré-destinadas, páginas fechadas” (DELGADO FERRARI, 2003, p. 46).
