Jornalismo Online: Comentários e feedback


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A OPINIÃO DE JORNALISTAS

 

 

1.A opinião de jornalistas


Postos as referências históricas dos cinco jornais e as possibilidades que dão ao leitor em interagir com o jornal, assim como a apresentação de exemplos de notícias e feedbacks do público que podem ajudar a esclarecer a problemática tratada, coube-me também recolher testemunhos, de alguns profissionais do jornalismo que, analisaram e deram as suas opiniões relativamente ao tema.

Procurei saber, se consideravam que a interactividade entre o jornal e o leitor era conseguida, e de que maneira isso pode influenciar a qualidade da informação. O facto de o leitor poder expressar pública e directamente a sua opinião em relação ao jornalista e às notícias, podia fazer com que o jornalista tentasse ser ainda mais rigoroso no seu trabalho? Se acham que esta “aplicação” funciona como o esperado? E o que podia ser feito para a melhorar. Foi isto que procurei saber.

 

 

 

1.1.Opiniões


Jornalista do "Record", André Monteiro acredita que "não se pode dizer que a interacção entre o jornal e os leitores funcione da melhor maneira". Contudo, esta é "muitas vezes condicionada pelo interesse das pessoas em defenderem os seus clubes, e não a qualidade de informação que lhes chega”. André Monteiro considera que se “os espaços dedicados, à interacção entre o leitor e o jornal funcionassem a preceito, era possível que os jornalistas se sentissem mais constrangidos na hora de escrever, e assistia-se quase a uma “autocensura” por parte dos profissionais, de modo a não falhar”, para que ninguém lhes pudesse apontar o dedo, relativamente ao que escrevem.

Temos sempre o compromisso de servir da melhor maneira o púbico, e as criticas ao nosso trabalho podem acontecer, e deviam acontecer nesses espaços de feedback, contudo seria mais uma autocensura que o jornalista teria que fazer, visto que muitos já o fazem devido a outras questões, seja por causa do grupo ao qual o seu órgão pertence, ou pela afinidade a alguma instituição, pessoa ou clube”.




Já Mário Monteiro, jornalista desportivo, que colabora com inúmeras redacções online na zona centro do país, entende que não é a interacção com o leitor que faz com que o jornalista seja mais profissional, mas caso os espaços de feedback estivessem focados na prática jornalística, como deveriam, poderia ajudar. "Não quero dizer que os jornalistas não têm liberdade para escrever aquilo que querem, mas a verdade é que têm de pensar muito bem naquilo que escrevem, mesmo que o feedback do público não seja direccionado para os nossos critérios jornalísticos ou escolhas editoriais”.

"No jornalismo desportivo, esse sentido de responsabilidade é ainda mais vincado, sendo que as pessoas podem “ferver em pouca água, em virtude do seu clubismo ", reforça Mário Monteiro. “E nos desportivos online, ainda mais, pelo facto de poderem criticar o nosso trabalho na hora, algo que nos jornais impressos não é possível” Nesse sentido, o jornalista diz que "não se pode dizer que há uma censura clara e óbvia, descarada", mas entende que "há um género de censura subtil por parte do jornalista”.

Assim Mário Monteiro diz que um jornalista desportivo online "tem que ter alguma coragem" e que a "noção da responsabilidade" tem que estar bem presente, "mesmo sabendo que os comentários raramente são direccionados para nós, porque a qualquer momento podem vir ser ".


 

 



 

Renato Costa, recém-licenciado em Ciências da comunicação na vertente de Jornalismo, garante que “ É possivelmente por esses espaços de interacção com o jornal, não funcionarem correctamente, que por vezes a qualidade de informação não é a melhor”. “O facto do jornalismo online, viver da instantaneidade, leva a que muitas vezes os jornalistas queiram fazer rápido, e que por vezes não façam bem. O objectivo da área de feedback seria o leitor alertar para o jornal, quais as suas expectativas em relação aquela noticia e se ela correspondeu ao que esperava, apontando erros para uma maior qualidade no futuro. No entanto esses espaços servem hoje, somente para os leitores expressarem a sua “clubite” e discutirem uns com os outros.”

“Se os objectivos fossem cumpridos, os jornalistas passariam a fazer um auto-critica antes de publicar. Ganhava a qualidade jornalística e ganhava o leitor.”


 

 



Tiago Neto, jornalista desportivo do jornal “Alvorada” considera que “os comentários são feitos sem critério, porque muitos dos jornais não apresentam politicas definidas acerca do espaço dedicado ao feedback do leitor”. “A interacção é feita não com o jornal, mas entre os utilizadores”. Revelou que mesmo tendo a noção que estes espaços não estão a funcionar de forma a visar o trabalho do jornalista e a melhorar a qualidade da informação, tem conhecimento de alguns colegas, que só se sentem verdadeiramente “seguros” a escrever no online, através de Blogs, onde aí sim escrevem verdadeiramente o que “lhes vai na alma” sem qualquer tipo de constrangimentos a nível editorial, quer com o público e o medo de falhar e ser criticado de imediato na web pelo seu trabalho. Tiago Neto aponta para “uma selecção dos comentários mais rigoroso por parte das redacções, onde previamente apresentavam as políticas e os objectivos desta interacção com o leitor” para que se melhore esta aplicação, e esta possibilidade que a internet oferece de contacto entre jornalista e leitor.

 

 

 

 

 

 

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